Livros são uma paixão. Quadrinhos são uma paixão. Cinema é uma paixão. Meu pai, que era crítico de cinema, costumava comparar uma sessão de cinema ao encontro primitivo, que ocorria nos tempos imemoriais, das pessoas em torno do fogo, com o fascínio que a chama exerce até hoje sobre nós. Para ele, uma sala de cinema era como uma caverna escura onde as pessoas se reúnem pra olhar o fogo, ou a tela. Por isso mesmo, custou muito a se render à televisão, que considerava fogo individual, um pálido “palito de fósforo”, comparado ao calor da grande tela de cinema que nos hipnotiza tanto quanto a chama ancestral. A luz, o movimento e as histórias nos fascinam.
Mas se costumamos “ver” as histórias na tela do cinema, também as “vemos” nos quadrinhos, e em nosso íntimo, quando traduzimos em imagens únicas, sentimentos e emoções os livros que nos capturam.
Gosto muito de um escritor moçambicano, chamado Mia Couto. Ele é biólogo e escritor consagrado. Como biólogo, faz consultoria ambiental em seu país, ao mesmo tempo em que escreve livros carregados de imagens poéticas. As pessoas lhe perguntam: como consegue conciliar literatura e biologia? Fácil, ele responde, não há contradição alguma entre elas. Vejam o que diz:
“...ciência e arte são como margens de um mesmo rio. A Biologia não é diurna nem noturna se não se assumir como autora de uma espantosa narração que é o relato da Evolução da Vida. Podem ter certeza que essa história é tão extraordinária que só pode ser escrita juntando o rigor da ciência ao fulgor da arte”.
O projeto Biologia Animada nasceu de nossa paixão pelos livros, filmes, quadrinhos e de nosso incondicional amor pela biologia. Queremos, com ele, trazer para a mesma roda de conversa, em volta do fogo, esses mundos que muitos consideram separados, mas que, para nós, são parte da mesma coisa: arte e ciência. E queremos, com ele, trazer muitos estudantes que ainda vêm essas duas partes tão importantes de nossa vida como separadas.
Aqui nesse espaço vamos trocar nossas experiências, leituras, passeios cinematográficos, conhecimentos sobre a vida e muito mais. O blog é nosso ponto de encontro, o fogo que nos manterá juntos, apesar da distância entre as cinco escolas que estão apostando nessa idéia. Agora, é avivar o fogo com nossas paixões.
13 comentários :
Maravilha. Vou acompanhar de longe (perto).
Malu, parabens. Aproveito para enviar um filme que é uma pérola.
Francisco
E a vida continua…
And the band played on (1993)
IMDB http://www.imdb.com/title/tt0106273/
É a história dos primeiros anos da epidemia de AIDS mostrando o trabalho dos cientistas para identificar o agente causador da estranha, nova e mortal doença. É uma história real, baseada no livro “bestseller” do jornalista Randy Shilts (publicado em 1987) que investiga a ciência, a política e as pessoas envolvidas. Considerado por analistas um dos melhores filmes sobre a ciência biológica, no caso o desvendar de uma doença viral da maior importância. A narrativa gira em torno do cientista Don Francis (Matthew Modine) que havia participado da erradicação da varíola e da contenção do virus Ebola na África e que se associa ao CDC (Centers for Disease Control), integrando o time que vai tentar elucidar as causas da epidemia. Eles lutam contra a burocracia oficial e a falta de recursos na época em que a doença parecia associada exclusivamente a homosexuais. A comunidade “gay” de São Francisco está dividida entre a defesa de seus direitos e as restrições de comportamento recomendadas pelos cientistas. A ambição pessoal de um virologista (Robert Gallo) cria problemas adicionais entre os estudiosos que buscam resolver rapidamente o enigma e avançar na direção de testes diagnósticos e de um tratamento. Drama humano se mistura com a racionalidade científica de maneira fascinante. Em 2008, dois cientistas que aparecem no filme, do time francês, Luc Montaigner e Françoise Barré-Sinoussi receberam o Premio Nobel de medicina pela identificação do vírus. Atores famosos atuaram quase sem receber para conscientizar sobre a doença (ver lista parcial abaixo). Na época em que o livro foi escrito a AIDS era praticamente uma sentença de morte. O pesquisador David Ho, em 1996, criou a terapia que combina várias drogas antivirais, permitindo o controle (não a cura) da AIDS e a sobrevivência de milhões de pessoas antes condenadas.
Uma linha do tempo sobre a AIDS pode ser consultada em
http://www.cbsnews.com/htdocs/aids/framesource_timeline.html
Diretor: Roger Spottiswoode
Atores principais:
Matthew Modine ... Dr. Don Francis
Alan Alda ... Dr. Robert Gallo
Patrick Bauchau ... Dr. Luc Montagnier (Nobel Medicina 2008)
Nathalie Baye ... Dr. Françoise Barré-Sinoussi (Nobel Medicina 2008)
Christian Clemenson ... Dr. Dale Lawrence
David Clennon ... Mr. Johnstone
Phil Collins ... Eddie Papasano
Bud Cort ... Antique shop owner
Alex Courtney ... Dr. Mika Popovic
David Dukes ... Dr. Mervyn Silverman
Richard Gere ... The Choreographer
David Marshall Grant ... Dennis Seeley
Ronald Guttman ... Dr. Jean-Claude Chermann
Glenne Headly ... Dr. Mary Guinan
Anjelica Huston ... Dr. Betsy Reisz
Richard Jenkins ... Dr. Marc Conant
Donal Logue ... Bobbi Campbell
Steve Martin ... The Brother
Richard Masur ... William W. Darrow, PhD
Ian McKellen ... Bill Kraus
Jeffrey Nordling ... Gaetan Dugas
Saul Rubinek ... Dr. Jim Curran
Charles Martin Smith ... Dr. Harold Jaffe
Lily Tomlin ... Dr. Selma Dritz
Parabéns pelo texto Malu!
Quero muito conhecer os textos do Mia Couto.
Abraço,
Gabriela
Qualquer espaço que se ofereça a acolher ciência e arte e ainda embaralhá-los para que percamos os limites de um de outro é uma espaço fértil e bem vindo!
Quem sabe aqui não seja um espaço para falarmos de televisão também..?
Estarei sempre aqui! O link do blog está sendo recomendado no nosso blog http://grupomedeia.blogspot.com/
Inté!
Muito bom o texto, Malu!! Está sendo uma grande alegria participar deste projeto.
Beijos.
Amanda
Francisco,
Muitíssimo obrigada pela dica! Vamos incorporar o filme a nossa lista de recusos, com certeza. E espero poder continuar contando com sua presença por aqui.
Abraços,
Malu
Paulo,
Já que BH está um pouco distante de BSB, podemos nos encontrar em volta dessa fogueira, né?
Volte sempre!
Abraços,
Malu
Ana Paula,
Claro, também o palito de fósforo pode aquecer... Esperamos suas visitas e contribuições, e aparecerei na Medéia.
Abraços,
Malu
É isso aí Malu, estamos juntos nessa!!!
Vamos com fé.... e chegaremos em algum lugar!!!
Abraço a todos do PIBID!
(Gabriel Brito = Brito)
Muito legal. É importante que tenhamos um novo olhar no ensino de Biologia que possa cada vez mais atrair o interesse de quem ensina e de quem aprende.
Adorei o texto Malu, estou muito feliz de também estar participando desse projeto, o link para o blog foi bem divulgado na minha escola, creio que todos ficarão empolgados . Um grande abraço a todos do PIBID
Legal o relato das escolas, o que facilita a troca de experiências, expondo acertos e dificuldades. Superar cada obstáculo é que torna o processo interessante.
Abraço enorme a todos e sucesso!!!
Prezada Maria gastral:
gostei do site. sou um dos amantes de lietratura, cinema e audiovisual modernos de biologia
voce visitou www.geneconserve.pro.br
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