quarta-feira, 16 de junho de 2010

Música e (é) matemática!





O vídeo acima vai levar todos os que se deixam tocar pela música e pela ciência em estado de encantamento. Trata-se de uma demonstração feita por Bobby McFerrin, cantor e compositor britânico radicado nos EUA, sobre a escala pentatônica, num debate entre ele e três neurocientistas, realizado no World Science Festival.

Meus estudos de música já aconteceram há muitos anos, e tive que buscar informações para me lembrar do que eram as escalas pentatônicas. Para quem quiser saber mais e melhor sobre elas, sugiro o link da wikipédia em inglês. Ele é mais completo do que o verbete em português que, entretanto, dá uma idéia bastante boa do que se trata. Basicamente, as escalas pentatônicas (que McFerrin não explica, mas demonstra, em sua apresentação) são escalas formadas por cinco notas ou tons musicais, muito usadas na música folclórica e popular de diversos países, no rock e no jazz. A razão de seu sucesso é o fato de serem tão intuitivas, como nos mostra McFerrin de maneira encantadora e simples. Ele começa a demonstração ensinando duas notas para o público e quando percebe que todos repetem o que foi solicitado, sem hesitação, propõe um teste, que revela que, já sabendo o que fazer, os cérebros das pessoas do público foram capazes de antecipar o som da terceira nota, que ele não canta. Em seguida, McFerrin vai tornando a melodia mais complexa, por meio do mesmo método, produzindo um irrefreável encantamento em quem assiste.

McFerrin quer mostrar que parece que existem, em nosso cérebro, mecanismos inatos que produzem expectativas a respeito de coisas que ainda não vimos (ou escutamos). Encontrei outro post muito interessante sobre o assunto no blog de divulgação científica Ciência na Mídia, no qual a autora, Tatiana Nahas, uma neurocientista, compara as expectativas auditivas às clássicas expectativas visuais.

A apresentação pode ser usada em aulas de matemática (para falar das escalas pentatônicas e de Pitágoras, a quem elas são atribuídas) e neurociências. O professor de música , sem dúvida, ficaria feliz de participar do projeto. Mas pode, mais do que tudo, ser usada para provocar o mesmo encantamento que senti em todas as cento e cinquenta vezes em que o assisti.