O projeto Biologia Animada procura utilizar diversos tipos de mídias para ensinar Biologia. Entre estas mídias estão as histórias em quadrinhos (HQs), úteis para nós porque levam aos alunos um mundo ilustrado e colorido, com diálogos simples e divertidos. Porém, elas normalmente são menos exploradas devido à dificuldade de encontrar histórias prontas que abordem o conteúdo que se deseja utilizar em sala de aula. No Guará mesmo, nós trabalhamos com Embriologia e estamos achando difícil encontrar HQs com mulheres grávidas (inclusive aceitamos sugestões ^^). Por isso, muitos de nós já pedimos para que os próprios alunos produzam algum tipo de história em quadrinhos relacionadas com os conteúdos dos cursos, pois assim, além de solucionar as dificuldades citadas acima, ainda estimulamos a criatividade destes alunos.
Pensando nessas situações em que pedimos aos alunos para produzir, venho trazer algumas sugestões de ferramentas para a criação de quadrinhos. As ferramentas atuais são amplas, basta pesquisar no Google para verificar. O site Baixaki, por exemplo, oferece várias sugestões de programas que podem ser baixados no próprio site, além de outros mecanismos de criação de quadrinhos on-line. Uma das sugestões que ele oferece é o site Pixton. Esse site é revolucionário para todos aqueles que não tem habilidade em desenhar, pois permite a criação de personagens e a edição das características e das expressões faciais e corporais desses personagens. Você pode, por exemplo, usar o mesmo personagem em quadrinhos seguidos, e com apenas um clique mudar suas expressões. Uma das limitações desse site é que ele fica sempre oferecendo alguns itens de desenho para comprar, porém é possível criar histórias excelentes com os itens gratuitos. Abaixo tem um exemplo de quadrinho que eu criei usando o PIXTON. Saiba mais sobre os recursos do Pixton aqui.
Mas eu aconselho que antes de incentivar os alunos a começarem a produção, devemos orientá-los sobre algumas regras básicas dos quadrinhos. No site Divertudo podemos encontrar uma animação com algumas dessas regras. Uma dica que não é comentada nesse site é sobre o fluxo de leitura dos quadrinhos, que é uma das regras mais importantes. Por convenção, os quadrinhos ocidentais (pois os mangás são diferentes nesse quesito) são sempre orientados e lidos da esquerda para a direita e então de cima para baixo. Os próprios leitores já internalizaram essas regras, e as seguem sem perceber. Para balões de fala também há um fluxo internalizado: a primeira fala vem acima, e as seguintes em baixo, na ordem, mesmo que o primeiro personagem a falar seja o da direita. Tudo isso para evitar configurações confusas de leitura, como a exemplificada abaixo:
- Escolher os momentos certos para dar clareza e força a suas idéias;
- Enquadrar ações e guiar os olhos do leitor ao longo das páginas;
- Escolher palavras e imagens que se intercomuniquem;
- Criar personagens variados e atraentes;
- Dominar a linguagem corporal e as expressões faciais;
- Criar mundos ricos e críveis para seus leitores explorarem;
- Escolher as ferramentas certas para você;
- Navegar pelo vasto mundo de estilos e gêneros de quadrinhos.
Claro que não podemos subestimar os quadrinhos criados à mão e não podemos desestimular aqueles que quiserem fabricar suas histórias dessa maneira. Porém para aqueles que não tem habilidades para desenhar e a criatividade borbulhando, as dicas acima são muito válidas.