quarta-feira, 26 de maio de 2010

Criação de quadrinhos

O projeto Biologia Animada procura utilizar diversos tipos de mídias para ensinar Biologia. Entre estas mídias estão as histórias em quadrinhos (HQs), úteis para nós porque levam aos alunos um mundo ilustrado e colorido, com diálogos simples e divertidos. Porém, elas normalmente são menos exploradas devido à dificuldade de encontrar histórias prontas que abordem o conteúdo que se deseja utilizar em sala de aula. No Guará mesmo, nós trabalhamos com Embriologia e estamos achando difícil encontrar HQs com mulheres grávidas (inclusive aceitamos sugestões ^^). Por isso, muitos de nós já pedimos para que os próprios alunos produzam algum tipo de história em quadrinhos relacionadas com os conteúdos dos cursos, pois assim, além de solucionar as dificuldades citadas acima, ainda estimulamos a criatividade destes alunos.

 
Pensando nessas situações em que pedimos aos alunos para produzir, venho trazer algumas sugestões de ferramentas para a criação de quadrinhos. As ferramentas atuais são amplas, basta pesquisar no Google para verificar. O site Baixaki, por exemplo, oferece várias sugestões de programas que podem ser baixados no próprio site, além de outros mecanismos de criação de quadrinhos on-line. Uma das sugestões que ele oferece é o site Pixton. Esse site é revolucionário para todos aqueles que não tem habilidade em desenhar, pois permite a criação de personagens e a edição das características e das expressões faciais e corporais desses personagens. Você pode, por exemplo, usar o mesmo personagem em quadrinhos seguidos, e com apenas um clique mudar suas expressões. Uma das limitações desse site é que ele fica sempre oferecendo alguns itens de desenho para comprar, porém é possível criar histórias excelentes com os itens gratuitos. Abaixo tem um exemplo de quadrinho que eu criei usando o PIXTON. Saiba mais sobre os recursos do Pixton aqui.

 
 
Mas eu aconselho que antes de incentivar os alunos a começarem a produção, devemos orientá-los sobre algumas regras básicas dos quadrinhos. No site Divertudo podemos encontrar uma animação com algumas dessas regras. Uma dica que não é comentada nesse site é sobre o fluxo de leitura dos quadrinhos, que é uma das regras mais importantes. Por convenção, os quadrinhos ocidentais (pois os mangás são diferentes nesse quesito) são sempre orientados e lidos da esquerda para a direita e então de cima para baixo. Os próprios leitores já internalizaram essas regras, e as seguem sem perceber. Para balões de fala também há um fluxo internalizado: a primeira fala vem acima, e as seguintes em baixo, na ordem, mesmo que o primeiro personagem a falar seja o da direita. Tudo isso para evitar configurações confusas de leitura, como a exemplificada abaixo:

 

 
Para dicas como a acima e para quem tiver interesse em se aprofundar na fabricação de HQs, um livro que ensina algumas dicas de forma dinâmica é o "Desenhando Quadrinhos" de Scott McCloud. Este livro ensina a:
  • Escolher os momentos certos para dar clareza e força a suas idéias;
  • Enquadrar ações e guiar os olhos do leitor ao longo das páginas;
  • Escolher palavras e imagens que se intercomuniquem;
  • Criar personagens variados e atraentes;
  • Dominar a linguagem corporal e as expressões faciais;
  • Criar mundos ricos e críveis para seus leitores explorarem;
  • Escolher as ferramentas certas para você;
  • Navegar pelo vasto mundo de estilos e gêneros de quadrinhos.

 
 
Claro que não podemos subestimar os quadrinhos criados à mão e não podemos desestimular aqueles que quiserem fabricar suas histórias dessa maneira. Porém para aqueles que não tem habilidades para desenhar e a criatividade borbulhando, as dicas acima são muito válidas.

 

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sobre assuntos polêmicos.


Conversar sobre assuntos polêmicos é sempre muito difícil e acaba não levando a conclusão alguma, porque sempre tendem a gerar opiniões diversificadas, seja por razões políticas, ideológicas, por dogmas, etc…
Se conversar sobre tais assuntos é difícil imaginem o que não será dar uma aula sobre um tema polêmico, que envolva questões religiosas, como a teoria da evolução; o aborto; o uso de camisinha, condenado por algumas Igrejas; a utilização de embriões na pesquisa e na terapia com células-tronco, entre outras.
O professor tem que ser muito responsável nesse momento, pois ele, às vezes inconscientemente, acaba se transformando em um formador de identidade e, por conseqüência, de opiniões. Esse professor tem que agir de modo a não induzir o aluno a ter um pensamento idêntico ao seu. Nesse caso, cabe ao professor simplesmente expor todos os fatos, os dois lados da moeda, e deixar o aluno pensar por si só e construir uma opinião própria.
No dia 29 de abril, nós do Ced. 03 do Guará passamos por isso. O tema que estamos trabalhando nesse semestre é embriologia, e ao chegarmos na parte de segmentação e gastrulação, não podíamos deixar de falar sobre células-tronco.
A grande dúvida que surgiu com a descoberta do poder dessas células é a seguinte: ” A partir de qual momento um aglomerado de células pode ser considerado vida?”. Muitas Igrejas condenam duramente a utilização de embriões nas pesquisas por considerarem-na um assassinato. Até dentro da própria comunidade científica surgiram divergências sobre as questões éticas envolvidas nessas pesquisas.
Então tínhamos que tratar esse assunto com muito cuidado para não induzirmos os alunos a nenhuma conclusão precipitada a respeito de um ponto tão delicado. Nesse contexto, resolvemos dar uma boa aula sobre essas células, abordando a sua biologia, quais a principais células, onde podemos encontrá-las e principalmente a importância delas, os tratamentos já existentes, o andamento das pesquisas em outros países e as descobertas mais recentes. Em relação à polêmica, explicamos qual o motivo das discussões, as alegações dos dois lados, e mostramos aos alunos diversas perguntas feitas por alguns dos protagonistas desse embate:
· "Será que é mesmo certo utilizarmos uma vida humana para salvar outras?"
· "O que define uma vida humana?"
· Será que um "aglomerado de células" é uma "vida"?
· A maioria das religiões considera "morto" um ser cujo cérebro parou de funcionar. Por que considerar um embrião como "vivo" se ele ainda nem possui neurônios?
E para saber a opinião dos alunos fizemos a seguinte atividade, exibimos algumas charges sobre o tema e pedimos para cada um deles escrever em uma folha de papel uma crítica para cada charge. Dessas charges, uma menospreza a inteligência dos políticos, outras criticam a Igreja e seus dogmas, e uma delas, em especial, ataca severamente as crenças e seus seguidores.
Em relação a essa charge, vista acima, aproximadamente 80% dos alunos simplesmente escreveram a mensagem que a charge trazia, não expressando uma opinião pessoal sobre ela. Dos 20 % que realmente fizeram uma crítica, somente cerca de 25% foram contra a opinião do chargista e 75% contra a opinião da Igreja. Entre esses comentários, tivemos alguns que se destacaram. Ei-los:
“Ela afronta a religião. Isso mostra como o uso das células-tronco traz conflito para a sociedade.”
“Deve-se usar a lógica e não as crenças herdadas ou construídas.”
“As crenças, ou seja, a Igreja, está decaindo por causa das inovações da tecnologia.”
“....é mais convincente a RAZÃO do que algo mítico, religioso, algo que não se comprova cientificamente. A razão é palpável, visível, na religião só se tem fé.”
Esses resultados, apesar de serem considerados numericamente inexpressivos, podem sinalizar uma mudança de pensamento em relação as outras gerações.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Você é um animal, Viskovitz


Oi pessoal, hoje gostaria de apresentar-lhes o livro "Você é um animal, Viskotivz", obra de um biólogo russo de descendência italiana chamado Alessandro Boffa . Esse livro traz de forma inusitada, biológica e muito divertida as aventuras de Viskovitz e sem dúvida é um prato cheio para biólog@s e professores. Na verdade Viskovitz é o personagem que encarna em diferentes tipos de seres vivos, desde microorganismos até cães farejadores da polícia. O que mais me entreteu no livro de Alessandro é a mescla entre conceitos biológicos (corretíssimos, devo dizer de passagem) e a antropomorfização dos personagens, de forma que você possui um romance e um "pseudo livro-texto". Agora no tocante as aulas observei diversas possiblidades para esse romance. E até pontuo algumas aqui, aliás, um ponto forte do livro é que ele é divido em contos, portanto sua leitura é fluida e permite trabalhar diferentes contos com diferentes grupos. Voltando as possibilidades do livro ele é ótimo para trabalhar zoologia, pois apresenta morfologia, comportamento, reprodução, fisiologia entre outros e também é ótimo para exigirmos um pouco mais da leitura dos alunos, pois, apesar de não se de difícil compreensão utiliza conceitos e palavras pouco conhecidas aos alunos. Quando do momento que o utilizei na sala de aula pedi aos alunos para listarem as palavras que não conheciam ou que não entendiam. Engraçado, ou preocupante, foi ver que pelo menos um quarto das palavras listadas não possuíam relação próxima a biologia (p.e. heresia). Na verdade eu utilizei o livro em uma aula de produção de contos, tendo como base os exemplos de contos que eu levei. Acredito que escrevendo um conto de forma mais livre, do ponto de vista literário, porém embasado em conceitos das ciências naturais promove a criatividade e a edificação do conhecimento para o aluno, e ainda diminui a "taxa" de copiar e colar e exige que o aluno compreenda o conteúdo de forma a criar uma estória coerente.

Abaixo deixo dois trechos do livro:

Tínhamos ficado sozinhos naquela crosta de gelo à deriva, na noite polar. Liuba virou-se e disse:
"Meu amigo, gostaria que você botasse a nossa conversa preto no branco."
Expliquei-lhe que não era possível, que eu era um pingüim. Para mim, "botar preto no branco" significava, no máximo, fazer outros pingüins. E além disso eu tinha mais em que pensar.
Um mês depois, eu ainda estava ali, imóvel, com um ovo debaixo da barriga, recordando.
Eu é que tinha puxado a conversa...


"Como era o papai?", perguntei à minha mãe.
"Crocante, um pouco salgado, rico em fibras"
"Antes que você o comesse, quero dizer"
"Era um sujeitinho inseguro, ansioso, neurótico, mais ou menos como vocês todos, os machos, Visko.
Mais do que nunca, eu me sentia próximo daquele genitor que não conhecera, que havia se dissolvido no estômago de mamãe enquanto eu era concebido. De quem não tinha recebido calor, mas calorias. Obrigado papai, pensei. Sei o que significa, para um louva-a-deus sacrificar-se pela família.


Gostaria também de lembrar que este livro encontra-se disponível em nosso humilde acervo.

Abraços

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Centro Educacional 02 do Cruzeiro

Oii Pessoal!! =)

Nos terceiros anos, a equipe do Centro Educacional 02 do Cruzeiro preparou uma aula com "agitação" e conteúdo! Para isso, contamos com algumas animações que foram editadas ou produzidas por nós. A pedido da professora, elaboramos uma espécie de revisão, que abrangia assuntos de genética e divisões celulares. Na explicação de mitose e meiose, utilizamos um site que mostrava passo-a-passo e de maneira bem divertida, essas divisões. Já na parte de genética, demos destaque às características condicionadas por um par de genes, especificando quais eram recessivas e quais eram dominantes. Através de fotos dos famosos mais admirados por eles, fomos demonstrando tais características.... e é lógico que conseguimos arrancar suspiros(e gritos, na maioria das vezes...rsrs) quando aparecia a foto da Angelina Jolie com seus lábios exuberantes ou do Taylor Lautner com covinhas (ator de Sharkboy e Lavagirl; e Crepúsculo).

Bom, assim que os ânimos se acalmavam... prosseguíamos a aula com um exemplo de cruzamento entre híbridos(animação criada por nós), considerando os lóbulos das orelhas do casal... e tínhamos um resultado meio inesperado dentre as possibilidades:

Após o momento de descontração, iniciávamos a avaliação, como de costume!

Nesta avaliação, usamos alguns vídeos do youtube sobre divisões celulares, que inicialmente estavam com legendas.. Entçao resolvemos descartar o áudio, e colocar em seu lugar músicas que trouxessem mais animação e fizessem com que os alunos focassem a atenção nas imagens apresentadas... e pelo visto funcionou muuito bem... utilizamos desenhos imagens gerais de heranças;
Depois disso alguns trechos do Livro "O Código Da Vinci" foram selecionados para que eles identificassem as características dominantes e recessivas presentes no texto.

E assim, concluímos mais uma missão na escola =) Conciliando diversão e produtividade!

Abraços,
Thaís Carvalho e Equipe do Centro Educacional 02 do Cruzeiro.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Centro Educacional 02 do Cruzeiro

Na semana do dia 26/04, nós alunos do PIBID do Centro Educacional 02 do Cruzeiro(CEDUC) demos aula para as turmas do 1º ano sobre organelas. A professora já havia introduzido o assunto, mas em função da diversidade de termos, imagens e funções solicitou que colaborássemos com o auxílio de algum recurso multimídia. Levamos os alunos ao laboratório de informática, com acesso a internet. utilizamos um site muito interssante e didático http://www.planetabio.com.br/; muitas animações bem elaboradas explicam bem didaticamente sobre todas as estruturas celulares. Após as explicações, os próprios alunos manusearam em cada computador as animações e identificaram oralmente, as organelas e suas funções. Elaboramos uma avaliação com imagens de filmes, quadrinhos, animações que continham situações associadas ao funcionameento normal ou irregular de determinadas organelas. Os alunos devereiam reconhecer e indicar o nome da organela associada. Foi uma aula muito produtiva, pois muitos nem sabiam como pronunciar algumas organelas, muito menos reconhecê-las dentro das imagens estáticas dos livros didáticos. A dinâmica das animações e das imagens facilitou a identificação das estruturas, bem como o entendimento das funções.


Abaixo algumas avaliações dos alunos:

"Essa aula foia a melhor aula de biologia, ... entendi todas as funções e nomes de cada organela.Aprendi os nomes que considero difícil."

"A aula de biologia, vendo imagens, favoreceu o melhor entendimento sobre as organelas e suas funções dentro da célula, por isso foi muito boa."

"Achei essa aula no laboratório de informática mais interessante do que as aulas em sala de aula, deveriam ter mais aulas assim como hoje."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Centro Educacional 02 do Cruzeiro



Na semana do dia 01/03/2010 nós do Centro Educaciona 02 do Cruzeiro (CEDUC) demos uma ula sobre doenças virais para as turmas do 2º ano. A professora já tinha introduzido o assunto, mas fomos reforçar. Primeiramente explicamos as principais doenças virais, gripe, catapora, sarampo, poliomelite, rubéola, caxumba, varíola, febre amarela, hidrofobia(raiva), hepatites(A,B e C) e Aids e em seguida passamos as músicas Zé Meningite - Revelação e Pulso - Titãs. Entregamos duas fichas com a letra das músicas e a outra com uma tabela de agentes causadores para os estudantes completarem com as doenças de cada agente. Eles ouviram as músicas uma vez, e na segunda pedimos para que eles identificassem somente as doenças virais dentre todas as outras, e na terceira vez ouvimos e corrigoms com eles. Eles adoraram, pois não sabiam que existiam músicas com nomes de doenças. Foi uma aula bem animada, e todos os alunos saiam de sala cantando as músicas, o que favoreceu na fixação do vocabulário microbiológico. As músicas seriam utilizadas posteriormente para os demais grupos de microorganismos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Curso do CESPE no CEMAB


Nos dias 08/04 e 15/04 trabalhamos com o tema LIXO. Ministramos uma aula sobre os tipos de lixo e os diversos efeitos destes na natureza. Abordamos temas como reciclagem, destino dos tipos de lixo e as diversas formas que podemos reutilizá-los. Enterramos alguns tipos de lixo (maçã, chiclete, papéis...) que serão desenterrados ao final do curso para observação da decomposição. Houve a exibição do filme Wall-E, seguido de um debate sobre os principais aspectos abordados no filme. Esta não foi uma exceção a toda roda de debate, nas quais sempre surgem temas inesperados. No nosso caso, a fotossíntese.

Portanto, no dia 29/04, trabalhamos com este tema (fotossíntese). Desenvolvemos uma série de atividades interessantes. A primeira foi preparada anteriormente e consistiu em amarrar um saco transparente em um galho de uma lobeira que se encontra na escola. Com esta atividade os alunos puderam observar a transpiração da árvore, pois o saco estava cheio de água alguns dias depois. Demos uma aula expositiva e exibimos um vídeo. Os alunos também observaram no microscópio estruturas relacionadas à fotossíntese. Todos os alunos ficaram bastante empolgados nesta aula. Alguns nunca tinham utilizado microscópio e acharam o máximo!

Na última aula (dia 06/05), foi exibido trechos do filme Grande Sertão Veredas (não recomendo), pois trata-se de um filme muito antigo e tivemos algumas dificuldades, mas nada que atrapalhasse o desenvolvimento da aula. Talvez fosse melhor ter utilizado o seriado da Rede Globo, pois é mais recente, ou trechos do livro. Tivemos um pouco de dificuldade de encontrar mídias referentes à este tema, mas achamos interessante utilizar Grande Sertão Veredas por se tratar de uma obra regionalista. Depois da aula e de termos falado sobre alguns frutos típicos do cerrado, levamos os alunos para comer picolé em uma sorveteria que só vende picolés feitos com frutos do cerrado.